As crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem reagir de maneiras diferentes a sons, luzes, texturas e sabores. As terapias especiais oferecidas no Espaço THEAcolher da Unimed Teresina são essenciais para o desenvolvimento das crianças acolhidas. São profissionais de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicopedagogia entre outros.
A médica Danusa Alencar, pediatra especialista em neurologia, é cooperada Unimed Teresina e destaca a relação desse transtorno com a hipersensibilidade sensorial. “O transtorno sensorial é bem característico realmente do espectro autista. Os cinco sentidos – o tato, o olfato, a audição, a visão e o paladar – são afetados, não em todos, mas pelo menos em algum deles”, explica a Dra. Danusa Alencar.
Um bom exemplo desse sintoma é a reação a barulhos cotidianos, como o som do liquidificador ou de uma chuva forte, o que pode causar grande desconforto. “Muitas vezes, é um barulho que para a gente pode ser até agradável, mas nessa criança incomoda. Por exemplo, têm crianças que são muito sensíveis auditivamente: algumas querem silêncio total, enquanto outras precisam de um som ambiente para se sentirem bem. Já algumas realmente se assustam com barulhos que, para nós, são comuns”, comenta a médica.
Mais sobre a sensibilidade da criança com TEA
Segundo a especialista, crianças autistas podem apresentar respostas intensificadas a estímulos do ambiente, o que pode afetar os cinco sentidos – audição, visão, tato, olfato e paladar – de diferentes formas. Na alimentação, a seletividade alimentar é outro fator relevante. Algumas crianças só aceitam alimentos de determinadas cores e texturas. Já no tato, podem apresentar aversão a determinadas roupas, etiquetas, areia ou pisos com texturas específicas.
A médica pediatra Danusa Alencar enfatiza a necessidade de um acompanhamento pediátrico desde os primeiros meses de vida. Sinais como a ausência de balbucios e palavras simples, como “mamãe” e “papai”, até os 10 meses, podem ser indicativos de atrasos no desenvolvimento da linguagem, um dos aspectos frequentemente associados ao TEA. “O transtorno do espectro autista tem muita relação com a linguagem. Antes de um ano de idade, é difícil perceber sinais porque a criança continua no início da fala. Mas, se ela chega aos oito, nove, dez meses e não fala nem ‘mamãe’ ou ‘papai’, é um alerta para o pediatra”, exemplifica a médica pediatra.
Para garantir uma melhor qualidade de vida para essas crianças, Dra. Danusa ressalta a importância da estimulação precoce e da participação ativa dos pais, incentivando a interação e o brincar como formas essenciais de desenvolvimento. “Nós precisamos estimular essas crianças de forma precoce. E o mais importante: nós, pais, precisamos entender que essa criança precisa brincar. Muitas vezes, os pais estão ocupados, trabalhando, e se esquecem de conversar e interagir com a criança, o que é essencial para o seu desenvolvimento”, aconselha a médica Danusa.
Quanto mais cedo forem identificadas as particularidades sensoriais e comportamentais da criança, mais eficaz pode ser o suporte terapêutico, garantindo seu bem-estar e inclusão. “Às vezes, por exemplo, a comida tem que ser toda branca: arroz, macarrão, batata, frango. Se tiver um feijãozinho, um macarrão colorido, eles não aceitam. A seletividade alimentar é muito restrita dentro do autismo” conclui a pediatra.
O THEAcolher
O novo THEAcolher da Unimed Teresina fica no bairro Jóquei Clube: Rua Durvalino Couto, nº 1220, em Teresina, sendo uma expansão do projeto criado em 2023. Os atendimentos são voltados para o público de 0 a 12 anos. Os beneficiários são atendidos por uma equipe multidisciplinar composta por: psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional, todos os profissionais possuem experiência e formação em ciência ABA.
FONTE IMAGEM: Danusa Alencar, pediatra especialista em neurologia infantil